segunda-feira, 16 de abril de 2012

Isto é tudo muito triste.


O ministro Mota Soares, o tal que corta em tudo o que é apoio social do Estado, desde que implique um mínimo de dignidade aos cidadãos carenciados, que os trata como delinquentes e os obriga em muitos casos a apresentar um certificado de indigência para poderem receber aquilo a que têm direito, com a justificação de ser necessário um plano de poupança/miséria, dá com uma mão o que tira com a outra, mas dá sob a forma de esmola, não basta a pobreza, é necessária a humilhação da mão estendida.
Passamos assim de um estado social a um estado esmoler, mandam-se pessoas para o desemprego, fecham-se centros de saúde, congelam-se as pensões, reduz-se a pó a segurança social para dar alento aos fundos de reforma privados, cria-se uma multidão de mendigos e a resposta é: abrir cantinas sociais para suprir as carências alimentares dos mais necessitados.
Nada de surpreendente num país em que a Assembleia da República disponibiliza as sobras dos seus restaurantes aos mais pobrezinhos.
O mesmo país em que a classe média se vê atolada em dívidas e penhoras, enquanto os corruptos e os ladrões armani, vão sendo absolvidos pelos convenientes tribunais, ou se eclipsam para paragens tropicais a gozar o produto do saque.
Voltamos ao país da caridadezinha, da mais absoluta hipocrisia, voltamos à época do caruncho, do movimento nacional feminino, da união nacional.
Vivemos acabrunhados, envergonhados pela nossa falta de coragem, por deixarmos que a mediocridade continue no poder, voltamos ao portugal dos pequenitos, às fitas a preto e branco,à reguada do mestre escola.
Somos mesmo um país de cavacos, pequenino e bacoco.

Sem comentários:

Enviar um comentário